O aborto é legalizado nos EUA desde a decisão de Suprema Corte de 1973 dispondo que o Estado não tem o direito de intervir na decisão de uma mulher sobre a sua gravidez.

Na última década, diversos estados liderados por republicanos aprovaram regras na contramão desses parâmetros, com o objetivo declarado de conseguir que a Supremo Corte reveja e anule o precedente. A mais alta instância judicial do país, que tem agora seis juízes conservadores e três progressistas, avalia dois casos que podem selar o destino da decisão de 1973.

Biden também falou sobre a sua nomeada para ocupar a vaga na Suprema Corte, deixada pelo juiz Stephen Breyer, a juíza negra Ketanji Jackson, a qual descreveu como "uma das principais mentes jurídicas" nos EUA. O presidente ressaltou que ela tem o apoio tanto dos juízes de linha democrática como republicana.

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Sanções à Rússia

No discurso desta terça, Biden anunciou novas sanções à Rússia. "Esta noite, anuncio que nos uniremos aos nossos aliados e fecharemos o espaço aéreo americano a todos os voos russos, para isolar ainda mais a Rússia", declarou.

Perante as duas câmaras do Congresso, o presidente disse que as forças americanas não buscam enfrentar os militares russos na Ucrânia, apesar de sua mobilização em países na parte leste da Otan. "Nossas forças não vão à Europa para lutar na Ucrânia, mas para defender nossos aliados da Otan, caso (Vladimir) Putin decida seguir para o Oeste", explicou.

Segundo ele, o Departamento de Justiça dos EUA está formando um grupo de trabalho com a finalidade de perseguir os crimes de oligarcas russos. "Estamos nos unindo aos nossos aliados europeus para encontrar e apreender iates, apartamentos de luxo e aviões particulares deles", anunciou.

Ressaltando que "a liberdade sempre vencerá a tirania", Joe Biden disse que mandatário da Rússia, Vladimir Putin, pode "cercar Kiev com tanques, mas nunca ganhará os corações e as almas do povo ucraniano".

Reforma migratória

Joe Biden também pediu que o Congresso aprove, "de uma vez por todas", uma reforma migratória que inclua um caminho à cidadania americana para cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país.

Além de jovens que foram para os EUA quando crianças e beneficiários do Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês), a medida deve servir para regularizar os trabalhadores agrícolas e os empregados que foram considerados essenciais durante a pandemia de Covid-19. "Não é apenas a coisa certa a fazer, mas também é inteligente economicamente", ressaltou.

Infraestrutura e combate à inflação

O presidente dos Estados Unidos prometeu "uma década de infraestrutura", referindo-se ao plano de infraestruturas de US$ 1,2 trilhões, aprovado em novembro do ano ado, e assegurou que este transformará o país e o colocará no caminho da "concorrência econômica" no século XXI, mais especificamente com a China.

"Disse a Xi Jinping que nunca é bom apostar contra o povo americano", relatou, desafiando o presidente chinês.

O democrata comentou que, com este plano, seriam criados milhões de empregos para os americanos, e que as estradas, aeroportos, portos e canais serão modernizados. Ele prometeu, ainda, um plano para combater a inflação "reduzindo os custos, não os salários".

Biden garantiu que conter os preços é a sua "prioridade máxima", falou em reduzir vários custos, a começar por medicamentos, energia e despesas familiares, como cuidados infantis. Segundo ele, ninguém que ganhe menos de US$ 400 mil por ano pagará mais impostos. O presidente também defendeu o aumento do salário mínimo para US$ 15 por hora, para que ninguém tenha de sustentar a sua família "na pobreza".

No discurso, o presidente acusou a gestão anterior, presidida por Donald Trump, de ter inflado o déficit com cortes nos impostos para os mais ricos e de ter permitido que milhões de dólares em fundos dedicados a aliviar os efeitos da pandemia fossem utilizados para outros fins, motivo pelo qual anunciou que o Departamento de Justiça nomeará um procurador para investigar estes casos de fraude.

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